30 maio 2016

Ana & Miguel - Capítulo V



Ana detestava hospitais. Talvez a maioria da população odiasse, não havia porquês de gostar daquele lugar. Passaram por um longo corredor e chegaram a ala de internação, Miguel falou com algumas enfermeiras e uma delas os levou até o quarto em que o pai estava. Notava que a maioria das pessoas estavam apáticas, cansadas, tristes. Desejava que um pouquinho de paz habitasse no coração delas, mesmo que não as conhecesse.

Ao chegar à porta do quarto, Miguel parou e respirou fundo. Notou que aquilo era difícil para ele, ela lembrava-se da época em que visitou a avó, o coração ficava aflito, acelerado, vontade de chorar. Apertou a mão dele e disse bem baixinho: - Vai dar tudo certo. Você precisa ser forte, ele não vai querer te ver desse jeito. Miguel sorriu e entrou no quarto. Ela preferiu esperar fora, para que conversassem um pouco, até que Miguel a chamou dizendo que seu pai queria vê-la.

Conversaram por uma hora até que o horário de visitas acabou. Vindo embora, no táxi, Miguel disse:

- Espero que ele vá na minha formatura. Ou que ele esteja bem quando eu for para a faculdade. Não quero ir embora e deixa-lo assim. Na verdade, quando eu penso nisso, a vontade é de não ir.
- Ele vai ficar bem. – deu um beijo em seu rosto e bagunçou o cabelo dele, como sempre.
- Então, já decidiu qual curso irá fazer? - notou que ele quis mudar de assunto.

Complicado. Ana desde que começou seu ultimo ano na escola pensava sobre isso. Ficava mal todas as vezes que via seus colegas tão certos do que seriam pela vida toda. Já pensou em ser médica, advogada (como a mãe) e recentemente policial, como o pai.

- Hum – suspirou – ainda não. Tenho algumas ideias, mas... na verdade não. Eu nunca me imaginei indo embora daqui para um lugar em que eu não conheço nada e ninguém. Dá um pouco de medo.
- Sim, eu penso nisso todos os dias. Gostaria de te colocar numa mala pra te levar comigo.
- Não é porque eu sou pequena que eu caibo na sua mala. E também vão pensar que você está sequestrando alguém. – riram.
- Eu tô falando sério. Se você vier comigo, ninguém vai ter que sentir saudade.

Ela corou e olhou para a janela.

Ele disse isso porque é meu amigo. Amigos sentem saudade.”

Ela olhou pra ele, que a observava.
- O que foi?
- O que está pensando? – uma mecha tampou seus olhos e ele a colocou atrás da orelha, sua mão demorou tempo demais em seu rosto.

Ela tinha impressão que ele estava se aproximando, até que o carro parou.

- Chegamos. – o motorista disse.

Ou na verdade ela pensou que ele disse, porque escutava era seu coração batendo muito forte.

Droga. Ela estava irrevogavelmente e verdadeiramente apaixonada por ele.

Pra ler o capítulo anterior, é só clicar aqui.

Obs: Os capítulos vão sair duas vezes nas semana ás 10 hrs na Segunda e na Sexta. Também não se esqueçam de comentar, é MUITO importante!


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